sábado, 5 de janeiro de 2013

Mensagem recebida do amigo Rodolfo Ori





Eu conheci o Seu Crispim através de uma conversa. Ele não estava presente, apenas suas histórias. A Tina, que faz parte da história do Caminho da Fé desde seu primeiro passo, me conheceu numa manhã fria e preparou meu café. Enquanto eu comia seus bolos deliciosos, ela me falava sobre o Caminho da Fé, sua família, os peregrinos que passaram por lá nesses dez anos de histórias e muito mais. Muitas histórias. E uma história estava começando a chamar a minha atenção. Ela fazia questão de brincar com o jeito todo fora do eixo de Crispim. Mas quem era esse tal de Crispim?

Eu fiz o Caminho da fé em quatorze dias. Três dias a menos que meu planejamento. Fui andando, sempre andando. Crispim fez o Caminho em vinte e dois dias se não me engano. Dez dias a mais que o planejado. Ele fez de bicicleta. E essa história de ter um camarada fazendo a trilha de bicicleta e apenas a um dia na sua frente me intrigava. Depois que a Tina me contou sobre o Crispim e suas peculiaridades no meu terceiro dia de caminhada, todos os dias dali pra frente eu conhecia pessoas que conheceram o Crispim. E como elas conheceram Seu Crispim. Todas falavam como se ele fosse uma lenda. Quem é essa camarada? Que figura?

No meu décimo primeiro dia, eu deixei de ser um peregrino solitário e passei a andar com mais três amigos de fé. Detalhe: eles também vieram escutando os “causos” de Crispim. Meu Deus, quem é Crispim? Não é lenda, ele existe mesmo?

Final do meu décimo segundo dia, nosso grupo recém formado chegava a Campos do Jordão. Fizemos a caminhada na baixa temporada então, a doce Bianca, que gerência o Refúgio dos Peregrinos, nos informou que poderíamos escolher onde dormir e que tinha apenas um único peregrino que chegara de manhã, de bicicleta. Nós nos entreolhamos e eu fiz a pergunta: Esse peregrino é o Crispim? Ela confirmou e nós festejamos como se tivéssemos chegado a Aparecida. Ele não era mito. Ele existia e estava lá.

Ficamos esperando Seu Crispim chegar ao Refúgio depois de seu tour pela cidade. Já estava tarde e estávamos com sono, mas nos mantivemos firme até a hora do encontro. Ele apareceu, disse um “oi” tímido e se assustou como nossa vibração. Nós levantamos para abraçá-lo. Crispim olhava confuso. Também, não era pra menos. Ninguém poderia imaginar que sua simples presença e passagem poderiam gerar tantas histórias. Esse é Crispim no Caminho da Fé.

Ele largou sua bicicleta lá em Campos do Jordão e nos acompanhou a pé pelos dois dias que restavam. Ele sofreu muito, dividimos nossas dores musculares. Mesmo nos arrastando, chegamos lá na Basílica em Aparecida. Eu cumpri minha missão junto com a lenda do Caminho da Fé.

Valeu Crispim, meu amigo de fé.

Rodolfo Ori, peregrino que começou essa idéia de faz o Caminho da Fé em 2007, cinco anos antes. Motivo? Apenas relembrar que somos parte de um todo muito maior, mais vasto, mais tranqüilo, mais bonito e todo conectado com a essência da vida.


Rodolfo Ori

Pindamonhangaba - Aparecida

Imagem de Nossa Senhora Aparecida. Foto enviada pelo amigo Rodolfo


O grande dia havia chegado! Fui dormir pensando que abandonar a viagem àquela altura seria mais doloroso que a própria dor que me paralisava a perna. Fechei os olhos. Fiquei em silêncio por alguns instantes. Pedi à Nossa Senhora que me desse forças para continuar... Acordei bem melhor, mas ainda sentia os efeitos do dia anterior. Agora só faltavam 30Km para o fim da viagem. Mesmo com muito receio de não aguentar o percurso, decidi seguir junto com meus amigos. Eles jamais me deixariam só...isso me tranquilizava. Com o frescor da manhã e o clima ameno, os 15 Kms iniciais foram relativamente tranquilo. Durante todo esse tempo eu vim conversando com o Rodolfo. Falamos de tudo um pouco. Família, emprego, hobbys, futebol, viagens e diversos outros assuntos. Eu me senti mais forte. Tinha um companheiro que estava andando do meu lado, no mesmo ritmo...e me apoiando psicologicamente o tempo todo. Na minha mente eu havia dividido esse último dia da caminhada em duas etapas. Os primeiros 15Km e os 15Km finais. Se conseguisse completar a primeira metade, iria até o fim. Acontecesse o que acontecesse.

Quando chegamos no Km 17 a resistência física já não era mais a mesma e comecei a sentir a lesão na panturilha. As bolhas não me incomodavam. Acho que foram só duas, uma em cada pé. O problema maior era a dor muscular. A partir desse instante comecei a ser testado. O esforço físico, a dor, a ansiedade de chegar, a fé e a superação se misturavam num turbilhão de pensamentos descoordenados. Me perguntei inúmeras vezes: "É possível chegar?" Fraquejei durante várias vezes. A razão me dizia que eu estava fazendo uma coisa insana. Eu andei bem, mais de 500Km e por quê me sujeitei aquilo na reta final, faltando apenas 72Km? Eu podia ter esperado o conserto da minha bike e ter seguido no dia seguinte...Perguntas, questionamentos que me atormentavam a cada quilômetro vencido. Aquela altura já havia ultrapassado a metade do percurso, desistir ou voltar era impensável. As dores continuavam...Eu evitava a todo custo as paradas para descanso, era nesse momento que os músculos esfriavam e a perna travava como no dia anterior. Fui seguindo num ritmo lento e regular (já fazia algum tempo que andava a metade da velocidade dos meus companheiros). Eu já não desejava saber o quanto faltava para chegar em Aparecida, desviava os olhos quando aparecia uma placa de sinalização. Era uma luta intensa do físico contra o psicológico.

Foi quando ao chegar no fim da estrada de Pinda, ao virarmos obrigatoriamente à esquerda (acesso para o viaduto sobre a linha do trem) que senti medo...mas medo de verdade!!! De não mais continuar andando...A perna esquerda não obedecia aos comandos enviados pelo cérebro. Adormecera. Eu apertava, dava beliscões e não sentia nada, apenas um leve formigamento. Fiquei desesperado!!! Os meus amigos Rodolfo e Rodrigo me ofereceram o cajado e me ensinaram a como utilizá-lo. Fui caminhando e apoiando todo o peso do corpo sobre a perna direita, que ainda estava boa. Nesse momento fui informado que ainda faltavam 5Km. Andar tudo isso naquelas condições parecia impossível. O sol do meio dia castigava, e para piorar não ventava. Quando passamos em frente a pousada Jovimar, ninguém teve coragem de parar para pegar o carimbo. Todos estavam exaustos e ansiosos para a chegada na basílica. Mais alguns metros adiante já era possível ver o movimento de pessoas e veículos. Os transeuntes nos incentivavam dizendo: "Força, coragem...falta pouco".

Percebendo a minha situação crítica os meus companheiros começaram a contar piadas e usaram toda a criatividade para me fazer rir. Talvez, quisessem tirar o foco da dor que já estava impregnada na minha mente. Eu ria das piadas e da minha própria desgraça. Um pouco a frente apareceu uma placa: 3KM. Nesse momento firmei meu pensamento em NOSSA SENHORA APARECIDA e pedi que intercedesse por mim e pelos meus companheiros. Um milagre estava prestes a acontecer. As dores cessaram de repente. Eu comecei a andar normalmente sem a ajuda do cajado. Eu fiquei confuso. Só podia ser NSA, ela  havia me ouvido!!! Fiquei incréduto, eu não estava acreditando no que estava acontecendo. Andei firme em direção à basílica. Uma curva aqui, outra curva ali...e quando foi possível ver a cúpula lá no alto, chorei...Chorei que nem menino!!! Muita emoção!!! Enquanto chorava, um filme passava na minha cabeça. Desde a minha saída em 12/08, de São Carlos, passando pelos dias de solidão até Águas da Prata, e o encontro dos amigos Rodolfo, Rodrigo, Marcos e Seu Francisco em Campos do Jordão que agora finalizavam o caminho junto comigo.

Iniciei sozinho, de bicicleta, e com um alforge de 25 Kg...
Terminei o caminho a pé, com 4 amigos e uma mochila levíssima nas costas...
Nada foi programado.
Simplesmente, aconteceu...


Recado 5985
Maria Luiza de Araras/SP


Crispim

Parabens ! Eu estava aguardando seu relato final, pois tinha certeza do seu sucesso!
Que Nossa Mãe proteja vc e todos os peregrinos !
Abraços !



Recado 5986
Wagner de Ribeirão Preto/SP

Grande e gigante Crispim!Foi um prazer compartilhar de seus recados nesse mural ao longo de sua caminhada. Eu sabia que qdo vc avistasse a Basílica se entregaria as lágrimas, é impossível continuar impávido. Aguardarei ancioso pelas fotos e vídeos. Saio na segunda quinzena de novembro, a pé. Desde já conto com suas orações. Forte abraço!

Wagner



Recado 6001
Igor Magrini de Santa Bárbara D'Oeste

Saudações. O Crispin fez um pouco de suspense, mas relatou a última página de sua vitoriosa caminhada. Que Deus o abençoe e a todos que trilham e mantêm o CF. Ao agora peregrino Crispin, não demore a postar seu blog, tenho certeza que como eu, muitos estão anciosos para ver as fotos. Ano que vem farei pela 3ª vez o caminho, porém antes, vou fazer os ramais por etapada, assim, poderei conhecer cada metro e também poderei auxiliar os futuros peregrinos. Abs.

Igor



Fotos




Rodolfo Ori, o meu grande companheiro na última etapa








terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Campos do Jordão - Pindamonhangaba

Rodolfo Ori tirando um cochilo na linha do trem, digno de desenho animado...


Na noite anterior eu mal consegui dormir, tamanha a excitação e ansiedade para começar logo a caminhada. Pra variar eu fui o último a dormir e o primeiro a acordar. Como não gosto de fazer nada correndo, resolvi acordar um pouco mais cedo e tomei banho com calma e pude arrumar minhas coisas tranquilamente. Quando o pessoal acordou, eu já estava na mesa tomando o café da manhã. Levei comigo apenas uma pequena mochila com uma toalha e uma troca de roupas. Por incrível que pareça eu iria terminar a viagem com menos de 5Kg nas costas, muito diferente dos 25Kg do alforje no inicio da viagem. A Bianca gentilmente me emprestou um boné, para proteger do sol. Ali começava a minha aventura a pé rumo à Aparecida. Estava começando a 1ª parte final da viagem. Ficou determinado que faríamos o trecho de 72Km em duas etapas. A primeira parte seria de 40Km até Pindamonhangaba e o segundo trecho de 32Km no dia seguinte até Aparecida. No melhor percurso de toda a viagem para o ciclista, eu faria o trajeto a pé. Pra quê facilitar se a gente pode complicar as coisas. Risos!

Antes de começar o relato, deixa eu apresentar meus companheiros de caminhada. Vou começar pelo Rodrigo de Brasília, o líder do grupo. O Rodrigo trabalha como taxista na capital do país. É ultramaratonista e tem um preparo físico invejável. Antes dele me explicar eu nem fazia ideia o que era ultramaratona. É um sujeito muito engraçado e foi um dos responsáveis por eu terminar a viagem. Logo mais vocês irão saber porque. O Rodolfo da foto acima é da zona oeste de São Paulo, torcedor fanático do Palmeiras, assim como eu, sem conhecer eu já sabia que só podia ser gente boa. É um sujeito bem tranquilo e ponderado. Já fez caminhadas pelo Brasil e recentemente esteve em Machu Pichu, no Peru. Durante a caminhada conversamos bastante, foi até algo natural, pois disputávamos o título de retardatário do grupo. Ora eu, ora ele estava na rabeta da galera. O Marcos veio de São Carlos, mas começou a caminhada em Águas da Prata. Do grupo, talvez foi o que menos conversou comigo. Eu percebi que ele estava muito ansioso para chegar em Aparecida. Fiquei sabendo que ele tinha um motivo bem especial para fazer o CF. Queria que a mulher engravidasse. Há tempos estavam tentando ter um filho. E finalmente, o Seu Francisco. Ele tem uma história muito peculiar. Saiu de casa, em Pouso Alegre/MG e foi caminhando até Paraisópolis onde o caminho da fé tinha a sinalização. E o detalhe mais interessante, que ele fez tudo sem planejar. Deu um lampêjo na cabeça e resolveu sair andando. Ele veio de calça e camisa social e um sapato de couro bico quadrado. Esse sofreu pra concluir o caminho. De todos ali, eu tiro o chapéu para o Seu Francisco. Mais tarde conto mais sobre ele.

Quando começamos a andar eu senti como se estivesse caminhando com velhos amigos. Uma sensação inexplicável. Só o caminho da fé para proporcionar esse tipo de coisa. A medida que os quilômetros eram vencidos, as histórias de cada um eram passadas um para o outro. E nessa tônica a viagem transcorreu até o destino final. Muitas histórias foram contadas e ouvidas. Os primeiros 10 Km eu nem senti. Naquele instante tive a sensação que poderia chegar à Aparecida num só dia. Ledo engano. A coisa iria ficar pior em pouco tempo. A quilometragem inicial coincidiu com a chegada na linha do trem. Por ali a história seria outra. Andar 13Km pelos dormentes da linha do trem, teria um preço. E um preço alto a pagar no final do dia. Até aquele momento era só festa. Quase no final do trecho da linha do trem chegamos na estação Lefvre. Paramos para descansar e tomar água. Eu comecei a perceber que o pessoal estava imprimindo um ritmo forte. Eu e o Rodolfo andávamos sempre atrás do grupo. O Rodrigo sempre na frente, seguido do Marcos e do Seu Francisco. As 13:00 h chegamos no bar do Rancho Fundo e paramos para almoçar. O sol estava inclemente, castigava o corpo e cozinhava os miolos. Ainda bem que a Bianca havia me arrumado um boné.

Depois da linha do trem o caminho se tornou cansativo e monótono. Andávamos pelo acostamento de uma estrada movimentada. Os carros passavam e jogavam aquele poeirão na nossa cara. Eu não queria ficar para trás. O Rodrigo já estava se distanciando do grupo. Nesse momento resolvi ligar o MP4 e embalado pelo Linking Park, comecei a andar num ritmo fortíssimo. Em pouco tempo ultrapassei todos os meus companheiros, inclusive o Rodrigo, o ultramaratonista do cerrado. Eu estava andando a 7Km/h. Isso iria ter uma consequência muito séria alguns quilômetros a frente. A gente andava, andava e só via aquela estrada de asfalto na frente. Aquela altura eu já dava sinais de extremo cansaço. Ainda faltavam 10 Km até o centro de Pindamonhangaba. Aos poucos fui perdendo o fôlego e o Rodrigo me alcançou. Depois veio o Marcos e o Seu Francisco. Olhei para trás e nem sinal do Rodolfo. Ele estava muito atrás do grupo, talvez alguns Kms de distância. Na minha frente eu também não conseguia enxergar mais ninguém. Todos haviam sumido. Eu estava sozinho de novo. O que me confortava era saber que o Rodolfo ainda vinha atrás de mim. Nesse instante comecei a me arrastar pra continuar andando. Fiquei preocupado. Quando atravessei a ponte sobre o rio, vi o pessoal parado numa barraquinha de coco. Na verdade, era uma birosquinha na beira da estrada. Parei e pedi dois côcos de uma vez, tamanha era a sede. Puxei uma cadeira e sentei. As pernas tremiam, principalmente a panturilha. Depois de 40 minutos o Rodolfo chegou...Estava exausto, mas em melhores condições físicas que eu. 

Paguei a conta e quando fui me levantar a coisa ficou preta pro meu lado. Eu não conseguia dobrar a perna. Pior...eu não conseguia mais andar normalmente. Ainda faltavam 2Kms até o hotel. Fiquei assustado. Aí o Rodrigo me falou: "Lembra quando você ligou o Mp4 e saiu que nem um foguete pela estrada?" Pois é amigo, as consequências virão agora. Pensei: O caminho da fé acabou pra mim...Eu me arrastava e mancava de uma das pernas. A dor era insuportável. Vou pegar um táxi, não tenho condições de chegar no hotel. Com bastante paciência o pessoal ficou do meu lado e foi andando ao ritmo de tartaruga. Pela primeira vez, eu peguei o cajado emprestado e fui me apoiando. O CF mais uma vez estava testando as minhas forças e os meus limites. Com muito custo consegui chegar no hotel. Outro sacrifício hercúleo foi ter que subir as escadas até o 1º andar onde ficava o nosso quarto. O grupo se dividiu em dois quartos. O Marcos ficou com o Seu Francisco. No outro quarto, fiquei com o Rodolfo e o Rodrigo. Depois do banho, inconsolável eu disse aos amigos que não prosseguiria com eles. E, realmente, eu não tinha as mínimas condições físicas de seguir em frente. O Rodrigo com toda a sua experiência em maratonas disse que eu estava com um nódulo na parte de trás da perna e que precisaria de três coisas: remédio, massagem e descanso. O remédio ele tinha, a massagem ele fez para desfazer o nódulo e o descanso eu nem precisava me esforçar. Na hora da janta, eu pedi que me trouxessem um lanche mas o pessoal se recusou a ir na churrascaria sem a minha presença.


Desci as escadas com muito sacrifício. Andar se tornou uma tarefa penosa. Ainda bem que o restaurante ficava a um quarteirão do hotel. O pessoal se esbaldou na churrascaria. Pareciam leões famintos. Eu mal conseguia comer, estava cansado e com dores nas pernas. O pior momento foi quando pediram uma cerveja e o Rodrigo falou: "O Crispim não pode beber". Vai tomar o anti-inflamatório e o alcool pode cortar o efeito. Meu deu água na boca, ver o pessoal tomando aquela loirinha estupidamente gelada. Que castigo era aquele...Depois da janta, voltamos ao hotel e aí o bicho pegou. Veio a hora da massagem. O Rodrigo pegou uma pomada de arnica e começou a esfregar na panturilha. A dor era insuportável. Eu peguei até uma camiseta e coloquei na boca. Se os outros hóspedes me ouvissem gritando iriam achar que estaria ocorrendo um assassinato ou na pior das hipóteses, três boiolas fazendo uma suruba. Risos....Mesmo com tudo aquilo eu estava descrente de que iria conseguir sair andando daquele lugar. Seriam mais 30 Km pela frente até Aparecida. Fui dormir com a sensação de ter nadado e morrido na praia. Eu não tinha as mínimas esperanças de poder prosseguir a viagem. Um verdadeiro milagre iria começar a acontecer na manhã do dia seguinte...
















Recados 5957/58

Campos do Jordão-Pindamonhangaba

Chegando em Campos fui muito bem recebido pela Bianca que me deu boas dicas para conhecer a cidade. Almocei no mercado municipal, bar Truta Trutinha, especializados nesse tipo de peixe. Muito bom, $15 pilas a refeição. Depois fui dar uma volta pelo bairro do Capivari e na volta peguei o bonde que circula por diversos bairros. Deu para ter uma boa noção de Campos. Voltei para a pousada as 19:00h e encontrei 4 peregrinos que acabavam de chegar. Eles vinham depois de mim a pé e acabaram me alcançando.Risos...No momento do encontro foi uma festa só, conversamos durante o jantar e fui convidado a seguir junto com eles. A minha bike já apresentava problemas e era necessária uma parada para manutenção. Fui dormir pensando o que fazer no dia seguinte..

continua

Campos-Pinda

Acordei bem cedo e já tinha uma decisão tomada. Deixaria a bike e o alforje na pousada e seguiria a pé junto da trupe.

Rodrigo do Cajado (líder do grupo),Rodolfo Ori,Marcos de S.Carlos,Seu Francisco e eu...o quinteto estava pronto para a jornada final.

Foram muitas conversas, muitas histórias, muitas risadas e muito companheirismo durante os 42Km até Pinda. Eu como não estava habituado a andar tanto durante um dia só, cheguei me arrastando até o hotel. A perna esquerda travou e criou um nódulo na panturilha. A viagem no dia seguinte estava comprometida...

Foi aí que o Rodrigo me acalmou e disse: "Eu vou cuidar dessa perna!" E tome pomada, relaxante muscular e muita massagem para desfazer o caroço. A dor foi intensa e mal podia acreditar que seguiria amanhã...


Fotos


Manhã fria em Campos

Mirante antes da chegada na linha do trem

Dormentes

E aí Rodolfo, o vagão parece não estar tão pesado...

Chegando em Pinda

Belo visual da região

Rio, não me lembro o nome, antes de chegar na cidade

Faltando 32 Km para Aparecida

Uma oração na matriz antes de prosseguir viagem

Interior da catedral, estava havendo uma missa 





sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Campos do Jordão

Belíssima imagem registrada pelo amigo Rodolfo Ori


Assim que toquei a campainha da Casa do Peregrino fui prontamente recebido pela encantadora Bianca. É uma jovem muito bonita, inteligente e muito simpática. De imediato me mostrou o local para deixar a bike e me apresentou a pousada. O local é bastante agradável e os cômodos são bem distribuídos. Só não me lembro de ter visto a lareira, uma quase obrigação nas construções de Campos do Jordão. Deixei minhas coisas no quarto e resolvi conhecer a cidade. Era a primeira vez que eu pisava em Campos, e imaginem a minha ansiedade em conhecer tudo aquilo que via na TV ou lia nos guias de turismo.A minha primeira providência foi procurar um lugar para almoçar. Eu sabia que não deveria ir para o bairro do Capivari, pois os restaurantes por lá são muito caros e eu já estava com pouco dinheiro. Segui a pé pela avenida principal e fui observando o comércio dos dois lados da avenida. A uma certa altura avistei o Mercado Municipal, resolvi entrar. Entrei num restaurante, na verdade, tinha mais cara de bar...ou boteco. Na fachada tinha um anúncio sobre a especialidade da casa: trutas. Pedi um prato de truta com alcaparras, acompanhadas de batata e arroz. Paguei $ 15. Uma delícia. Ainda tomei duas cervejas Petra, escura. Quem chegar em Campos, pode ir almoçar lá que vale a pena.

Depois do almoço, peguei um ônibus e fui direto ao bairro do Capivari. O local é muito bonito. Me chamou a atenção a arquitetura e a decoração dos locais. Bares, restaurantes, hotéis e o comércio em geral. Tudo minimamente decorado em estilo europeu. Eu fiquei com vontade de entrar no Baden Baden mas havia acabado de almoçar e deixei para mais tarde. Desci em direção à estação de trem e peguei o teleférico em direção ao morro do Elefante. A vista lá de cima é belíssima. Na volta, comprei um bilhete do bonde e fiz o passeio pela cidade. Na minha turma, eu era o único mais jovem. Todos os ocupantes do bonde faziam parte da terceira idade. Conversei com um casal de velhinhos, muito simpáticos por sinal, eles eram do interior de São Paulo, da cidade de Matão. Era a primeira vez que vinham para Campos do Jordão, mas já era a 10ª excursão de que participavam. O bonde sai do bairro do Capivari e atravessa toda a cidade. Quando chega próximo do portal, ele retorna. O passeio dura em média 40 minutos, entre a ida e a volta. Quando ele estava retornando ao ponto de partida, parou numa estação próxima ao Mercado Municipal, resolvi descer por ali e ir andando de volta à pousada. 

Antes disso parei numa lan house para atualizar as informações no livro de visitas. Aproveitei e fui até o Pão de Açucar comprar uma Baden Baden. Já havia anoitecido e eu certamente estava atrasado para a janta. A caminhada até a pousada foi bem agradável, o clima não estava tão frio. Aquela altura da noite, devia estar uns 15°C. Quando cheguei na pousada eu não precisei tocar a campainha, eu estava com as chaves. Abri a porta e tive uma grande surpresa. Vi umas seis ou sete pessoas sentadas na mesa da cozinha. Assim que me viram entrar, começaram a gritar: " Ele exite, é real..." Crispim, Crispim...Se levantaram e vieram me abraçar. Fiquei um pouco confuso e sem entender direito, o que estava acontecendo...Passado o susto, foi muito legal....Estavam presentes os peregrinos Marcos, de São Carlos, Seu Francisco de Pouso Alegre, Rodolfo de São Paulo, e Rodrigo de Brasília. Ainda estavam no local, a Bianca e a Alexia, uma sueca que estava participando de um campeonato de montain bike. Ficamos conversando até altas horas, todos esqueceram do cansaço e parecíamos velhos amigos que não se encontravam há muitos anos... Nesse momento, recebi o convite para seguir até Aparecida com o grupo. E a minha velha companheira? Teria que deixá-la para trás e seguir a pé. Na verdade, eu não estava preparado para andar 72 Km em dois dias. Mas resolvi, enfrentar mais esse desafio...


Recado 5938
Alison de São Carlos/SP

é isso ai Crispim, ta praticamente no final, acredito que quando vc terminar, eu estarei começando aqui de São Carlos animado pelos seus relatos!!!



Recado 5939
Alex de São José dos Campos/SP

Parabéns Crispim..

você passou pela melhor parte do Caminho da Fé

Dona Ines e seu Zé são anjos no Caminho da Fé.

Por isso sempre que dá eu vou pra lá

Agora agora você vai passar pela parte mais fácil do caminho, porém a mais perigosa.

Boa sorte na viagem. falta pouco heinnn

Abraços

Alex


Recado 5940
Miro de São Carlos/SP

Crispin, parabens voce praticamente ja chego lá. daqui a uma semana esteremos começando nossa caminhada, daqui de São Carlos, estou querendo que esta hora chega logo, pois estou já querendo estar na estrada. aqueles que queiram ir com a gente pode vir. sabado dia 08/09 estaremos saindo.

Abraços a todos!!
MIro


Recado 5942
Jandira de Paraisópolis/MG

Meus queridos peregrinos .
Estarei sempre de braços abertos para recebe-los .
Crispim adorei conhece-lo tbém que Nssa Senhora te ilume sempre ,
Grande abraço



Fotos


Linha férrea paralela à avenida principal

Mercado Municipal

Restaurante onde almocei

Chegando ao bairro do Capivari

Bares na rua principal do bairro

A arquitetura das construções é o ponto de destaque em CJ

A cidade é muito bem sinalizada

Fachada de um hotel

Córrego

Trenzinhos para passeios pela cidade

Teleférico

Bilhete para subir no teleférico, custo de $ 10

Plataforma de embarque

A cidade também oferece passeios de charrete

Uma das minhas fotos preferidas em Campos

O passeio dura menos de 10 minutos

Plataforma de desembarque

Mirante no Morro do Elefante

O prefeito escolheu um belo lugar para despachar

Vista da cidade

Praça do mirante com gabinete do prefeito ao fundo

Imagem de Nossa Senhora da Montanha

Retornando para o ponto de embarque

Plataforma para embarque no bondinho

A mudança de lado do vagão é feita manualmente

Estação próxima ao Mercado Municipal

Seu Francisco (azul), Rodolfo (esq), Alexia, (loira), Bianca,
 Rodrigo ao fundo e Marcos.

 
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