Madeira entalhada com o nome da Pousada da D.Cida |
Na chegada, após o contato da minha esposa, a Dona Cida veio me receber na Pousada Nossa Senhora do Belém. A pousada funciona numa casa térrea bastante espaçosa com 4 quartos, uma sala de estar, garagem na frente. A cozinha e a lavanderia ficam nos fundos onde também há um quintal bem grande. Tudo é muito bem arrumado, limpo e confortável. A Dona Cida adquiriu essa casa exclusivamente para receber os peregrinos. Ela é uma pessoa muito atenciosa e com uma conversa bem agradável, conversamos bastante sobre diversos assuntos inclusive sobre a sua peregrinação no Caminho da Fé.
Arrumei minhas coisas no quarto onde iria dormir e fui tomar um banho. Mesmo sem comer nada fui até a igreja, pois a missa começaria as 19:00h. Agradeci a Deus e N.S.Aparecida pelo primeiro dia da viagem e pedi forças para continuar em frente. O primeiro dia já tinha dado sinais que a viagem seria bastante difícil! Voltei para a pousada, que fica há 3 quarteirões da igreja, e fui escrever no livro de visitas que a maioria das pousadas tem, para o registro dos peregrinos. Feito isso, fui pegar a minha credencial para carimbar...Procurei na minha agenda e não encontrei, dentro do guia também não estava...Procurei dentro da mochila e do alforge e também nenhum sinal. Cheguei a conclusão que havia perdido a credencial no caminho até Descalvado. Para não me perder, eu andava com o Guia preso em cima do bagageiro e em caso de dúvida eu consultava a quilometragem, e via se batia com o meu ciclocomputador. Apesar do caminho estar muito bem sinalizado, em algumas ocasiões era necessário consultar o mapa para ver se estava no caminho certo. E numa dessas consultas a credencial deve ter caído sem eu perceber. Como a Dona Cida não tinha credencial eu fui buscar outra no Hotel Descalvado e desta forma adquiri a minha 2ª credencial com o número DS-671. Eu fiquei chateado pois iria perder o carimbo de São Carlos. Paciência!!!
No dia seguinte acordei cedo decidido a pedalar até Santa Rita do Passa Quatro. Tomei café e comecei a arrumar minhas coisas. Tudo pronto...só faltava colocar o capacete e o óculos de ciclista. Quando abri a caixinha...Surpresa!!! O óculos não estava lá. Procura daqui, procura dali e nada. Meu Deus! Ontem a credencial e hoje o óculos...Dona Cida me ajudou a procurar na casa toda mas não encontramos. Eu não podia seguir sem o óculos, ele protegia meus olhos do sol e da poeira. Eu teria que comprar outro. Foi quando tive um insight. "Eu acho que esqueci no hotel em São Carlos" Liguei lá e para a minha alegria, ele estava guardado. Que notícia boa!!! A alternativa seria voltar até São Carlos de ônibus. Foi isso o que fiz. Chegando no Hotel Accácio agradeci aos funcionários por terem encontrado o óculos (estava em cima do hidrante) e adquiri a minha terceira credencial, esta com o número SC-740. A partir dali segui com duas credenciais, uma de Descalvado e a outra de São Carlos. Voltei para a Dona Cida à tardinha e já não era possível seguir em frente. Fiquei por lá mais uma noite. E foi em Descalvado que comecei a escrever o relato da viagem no mural do Caminho da Fé, fiz isso até a minha chegada em Aparecida. Vou reproduzir em cada post, tudo o que escrevi no mural no dia de cada passagem nas cidades. Eu tenho uma memória boa, mas talvez não me lembre de tudo. Eu também usava a minha agenda pessoal para escrever algo que julgava interessante durante os trechos.
No dia seguinte me despedi da Dona Cida agradecendo pelo carinho, pela atenção e pelo cuidado que teve comigo nesses dois dias. Parti em direção a Porto Ferreira.
O trecho foi bem tranquilo quase que todo plano sem grandes subidas ou descidas. O que estressou um pouco foram os cachorros correndo atrás da bicicleta. Sempre que eu passava perto de uma propriedade rural, saía algum correndo em minha direção. Eu que nunca tive medo dos amigos de quatro patas já ficava com a pulga atrás da orelha sempre que passava na porteira de um sítio. Eu cheguei até a desenvolver uma técnica para fugir...Quando via uma porteira a 100m e estava no plano ou em uma descida, trocava para a marcha mais pesada e manda ver nos pedais, pegando bastante velocidade. Passava igual a um foguete e quando os bichanos percebiam eu já estava longe. Risos. E quando a porteira estava numa subida, eu descia da bike e me posicionava do lado oposto, qualquer ataque eu me defendia com a bicicleta. Tudo pela sobrevivência...
Em Porto Ferreira a gente chega por um bairro da periferia da cidade, muitas casas simples e bastante cachorro e criança brincando na rua. Alguns metros a frente virei a direita e logo a esquerda e já estava no asfalto. A partir daí, o caminho seguiu reto por uma avenida principal e logo se chega ao hotel. Chegando no Cheffer para carimbar a credencial tive a primeira experiência desagradável da viagem. Pedi ao funcionário para usar o banheiro, pois estava extremamente apertado. Ele falou que naquele instante não era possível pois a faxineira estava limpando. Disse que tinha urgência e não podia esperar muito tempo. Aí veio a sugestão: "Dois quarteirões pra trás nessa avenida tem um banheiro público, pode usar que está aberto" Eu fiquei indignado e pra não brigar resolvi sair dali rapidamente. Duas ou três casas depois na mesma rua tem outra filial do hotel Cheffer, entrei na recepção e pedi para usar o sanitário. Com muita educação o gerente me levou até o fundo do estabelecimento onde havia um banheiro. Graças a Deus, tudo solucionado a tempo...rsrs Aproveitei a sombra da recepção para descansar e comer banana passa que trazia no alforje. Fui na igreja, passei na lotérica para fazer uma "fézinha" e segui rumo à Santa Rita.
No dia seguinte me despedi da Dona Cida agradecendo pelo carinho, pela atenção e pelo cuidado que teve comigo nesses dois dias. Parti em direção a Porto Ferreira.
O trecho foi bem tranquilo quase que todo plano sem grandes subidas ou descidas. O que estressou um pouco foram os cachorros correndo atrás da bicicleta. Sempre que eu passava perto de uma propriedade rural, saía algum correndo em minha direção. Eu que nunca tive medo dos amigos de quatro patas já ficava com a pulga atrás da orelha sempre que passava na porteira de um sítio. Eu cheguei até a desenvolver uma técnica para fugir...Quando via uma porteira a 100m e estava no plano ou em uma descida, trocava para a marcha mais pesada e manda ver nos pedais, pegando bastante velocidade. Passava igual a um foguete e quando os bichanos percebiam eu já estava longe. Risos. E quando a porteira estava numa subida, eu descia da bike e me posicionava do lado oposto, qualquer ataque eu me defendia com a bicicleta. Tudo pela sobrevivência...
Em Porto Ferreira a gente chega por um bairro da periferia da cidade, muitas casas simples e bastante cachorro e criança brincando na rua. Alguns metros a frente virei a direita e logo a esquerda e já estava no asfalto. A partir daí, o caminho seguiu reto por uma avenida principal e logo se chega ao hotel. Chegando no Cheffer para carimbar a credencial tive a primeira experiência desagradável da viagem. Pedi ao funcionário para usar o banheiro, pois estava extremamente apertado. Ele falou que naquele instante não era possível pois a faxineira estava limpando. Disse que tinha urgência e não podia esperar muito tempo. Aí veio a sugestão: "Dois quarteirões pra trás nessa avenida tem um banheiro público, pode usar que está aberto" Eu fiquei indignado e pra não brigar resolvi sair dali rapidamente. Duas ou três casas depois na mesma rua tem outra filial do hotel Cheffer, entrei na recepção e pedi para usar o sanitário. Com muita educação o gerente me levou até o fundo do estabelecimento onde havia um banheiro. Graças a Deus, tudo solucionado a tempo...rsrs Aproveitei a sombra da recepção para descansar e comer banana passa que trazia no alforje. Fui na igreja, passei na lotérica para fazer uma "fézinha" e segui rumo à Santa Rita.
Recado 5808
"Olá Amigos,
Já estou na estrada!
O primeiro trecho São Carlos-Descalvado foi cumprido e comprido...Risos. O trecho de 46Km é árduo, principalmente para quem anda sem muito preparo físico, como é o meu caso. Saí de São Carlos as 11:00 h e cheguei em Descalvado as 17:00 h, passando por Aparecidinha (Babilônia).
Fui recebido maravilhosamente bem pela Dona Cida, da pousada Nossa Senhora do Belém, uma pessoa boníssima e muito atenciosa.
Amanhã bem cedo parto para Porto Ferreira/Santa Rita e vamos ver onde o corpo aguenta para pernoitar.
Deixo um abraço fraternal a todos os peregrinos e se alguém estiver na estrada é só fazer contato pelo email:seucrispim@gmail.com"
Recado 5811
Ednaldo Ferreira de Salvador/BA
Grande amigo Crispim!
Que bom saber que está feliz e realizando um sonho seu.
Estamos aqui torcendo por voce e todos os demais peregrinos que estão realizando esse percurso de superação e fé.
Que o nosso Sr do Bomfim te guie em paz pelo "Caminho da Fé" ao Santuário da nossa Mãe Aparecida.
Abraços e toda felicidade do mundo para voce e sua família.
Ednaldo, Paulinha e Marlene.
Fotos
Fachada da Pousada |
Fachada do museu |
Estação de trem desativada |
Rodoviária de Descalvado |
Fábrica de ração animal Royal Canin |
Caminho para Porto Ferreira |
Árvore tomada por urubus |
Ponte sobre um riacho |
Mais urubus |
Entrada de Porto Ferreira |
Missa na igreja matriz de Descalvado |
Esse negócio de dizer que o banheiro esta sendo limpo pela faxineira deve ser tecnicas deles. O mesmo aconteceu com a gente em Tambaú, paramos em um hotel e fomos informado que o banheiro estava sendo limpo.
ResponderExcluirPois é Josemar,
ExcluirFoi uma baita sacanagem do funcionário. Eu estava muito apertado e quase urinando nas calças. É impossível que num hotel não tenha um banheiro livre. Foi má vontade mesmo. Ainda bem que consegui resolver a tempo...rsrsrs