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Seu Chiquinho, esposo da Dona Cidinha |
Antes de começar o relato olhem só o que disse
Antonio Olinto sobre Dona Cidinha no seu Guia Caminho da Fé para ciclistas e caminhantes:
"Dona Cidinha é uma história a parte. Ela mora no alto do morro desde que casou e por gostar do trabalho no campo, nunca pensou em ter uma pousada. No entanto, como o fluxo de peregrinos no Caminho da Fé aumentou, sua ajuda era mais e mais solicitada, tendo em vista a localização privilegiada de sua propriedade. Além de estar no meio do caminho entre Vargem e São Roque, possui uma belíssima vista da região. Claro que se ela gosta do trabalho no campo, parece que gosta ainda mais de cuidar dos peregrinos, ou, como ela diz: "Meus peregrinos". Meu amigo Walter Magalhães, um experiente cicloturista, me deu a dica: "Olinto, você tem que conhecer a Dona Cidinha". Eu fiquei meio ressabiado, não acreditava que um proprietário de pousada pudesse ser assim tão especial, ainda mais depois de já terem passado tantos peregrinos pelo Caminho. De toda forma, como era uma dica de um amigo e cicloturista, resolvi passar por lá.
Quando cheguei, vi primeiro o seu marido e o seu filho, simpáticos e educados. A pousada nada mais é que um sítio de campo, realmente típico da região. Conforme entramos em direção à cozinha, vi Dona Cidinha. Assim que ela ouviu: - "Chegou mais um peregrino" - Imediatamente deixou o que fazia e veio em minha direção. Sua primeira atitude foi me abraçar. Mas abraçar de verdade, como se faz com um amigo fiel. Fez-me sentir realmente abraçado. Naquele momento já percebi que se tratava de uma pessoa especial. Ela não tinha medo ou defesas. Senti toda a pureza de sua alma em seu jeito simples me oferecendo um santinho e me chamando de filho. Ela nunca me viu antes e me tratava assim, só por que eu era um peregrino. Perguntei a mim mesmo: Quantos tem essa coragem nos dias de hoje? Abrir os braços e o coração para um estranho...Mostrar o ser humano simples que realmente somos...Oferecer carinhosamente para partilhar a mesa...Tudo isto sem pedir nada em troca. Ô, meu Deus, estas pessoas são realmente ricas...
Ficamos em um cômodo grande com fogão à lenha, cozinhando doces e outros quitutes. Estava sentado em frente a uma mesa farta de produtos feitos em casa: leite, café, doces, bolos, rosquinhas, queijo "feito onti"...Uma perdição!! E eu tinha acabado de almoçar. Que pena, nem consegui experimentar de tudo. Havia um outro peregrino que fez o caminho em 2004 e agora trazia a família para conhecer a Dona Cidinha. Saí de lá com os olhos cheios d'água, estava comovido com aquela lição de simplicidade, humildade e carinho com todos os peregrinos. Espero que ela continue assim e que cada peregrino possa encontrar muita gente como ela pelo caminho"
Nota: Para não deixar esse post muito extenso e cansativo vou descrever meu relato na parte II.
Fotos
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Painel de fotos localizado na varanda |
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Esse é o Bob |
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Pôr do Sol visto a partir da varanda lateral da casa |
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Casa dos peregrinos ao fundo e casa do Juninho mais a frente |
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Vista da estrada a partir do Morro do Cristo |
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Morro do Cristo |
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Tem um boi me observando |
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Estrada sentido São Roque da Fartura |
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O gado pousando pra foto. Casa da D.Cidinha ao fundo |
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Pivô de irrigação |
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