sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Águas da Prata - Andradas

Um caminho pela sombra é sempre bem vindo


Pela primeira vez eu teria compania no Caminho da Fé. Deixa eu apresentar o meu novo amigo para vocês. O Pedro tem 59 anos, nasceu numa cidadezinha do sertão pernambucano e fez a sua vida na capital do país,   Brasília. Como todo migrante nordestino teve que batalhar muito para conseguir vencer as dificuldades. Aprendeu a profissão do pai ainda em Pernambuco, mecânico de bicicletas. Depois se aprimorou e passou a consertar automóveis. Prestou concurso no governo do DF e foi trabalhar no setor de transportes. Se aposentou como motorista oficial. Pelo o que me contou, hoje tem uma vida tranquila. Além da aposentadoria, tem algumas casinhas de aluguel o que lhe dá condições de fazer o que mais gosta. Além das caminhadas e passeios de bike gosta de viajar de moto. Me falou que tem uma custom e já foi até pro Chile, atravessando o deserto do Atacama. Passar as tardes jogando truco na praça não é a praia desse pernambucano de fibra.

Logo na saída de Águas da Prata a gente já pegou um morrinho bem íngreme. Em poucos quilômetros percorridos  já pude notar a grande diferença de preparo físico. Eu tentava acompanhar mas o ritmo forte imprimido pelo meu novo companheiro era demais pra mim. Ele disparava na frente e depois me esperava. Esse foi o desenho da viagem pelos três dias que pedalamos juntos. Nesse primeiro dia ele procurou me deixar bem tranquilo quanto a isso, disse que não precisávamos pedalar juntos o tempo todo. Cada um ía no seu ritmo para não atrapalhar o outro. Além de seguir devagar por conta do despreparo eu parava muito para tirar fotos. A viagem no meu ritmo seguia em câmera lenta...Eu também gostava de desviar do CF, principalmente se via alguma cachoeira ou mirante nas redondezas. Pela compania tive que abrir mão desse tipo de turismo. Mas tudo bem, pelo menos eu não estava mais sozinho.

Quando chegamos no Km 15 passamos na entrada para o Pico do Gavião. Fiquei com vontade de convidar o Pedro para irmos até o topo, onde o pessoal decola de paraglider e asa delta. Mas quando passei por ali ele já estava longe. Se estivesse sozinho, com certeza, teria subido a montanha. Um pouco mais a frente, chegamos na Pousada Pico do Gavião. Embora não esteja mais credenciada, o pessoal ainda tem o carimbo. O proprietário nos recebeu de uma forma seca. Pelo jeito não queria muito papo. Pedimos dois gatorades e comecei a puxar papo. Eu disse que era paraquedista e parece que a partir daí, o tratamento passou a ser melhor. A pousada é especializada em receber alunos e turistas para o vôo livre. Como eles estão no meio do caminho entre Águas da Prata e Andradas, o pessoal do CF resolveu relacioná-los para receber os peregrinos. Mas isso não deve ter durado muito tempo. Imaginem só, um lugar especializado em vôo livre também receber peregrinos. É óbvio que não ía dar certo. E como o proprietário me explicou os motivos, pude entender... e aquela má impressão inicial se desfez.

Da pousada até Andradas foram mais 9 ou 10 Km. A descida antes de chegar à cidade foi bem difícil por conta das pedras e cascalhos que jogaram na estrada. Pelo menos deu para aproveitar o lindo visual. A chegada em Andradas é um pouco tumultuada em decorrência do trânsito. O Hotel fica bem no centro. Paramos ali apenas para carimbar e em seguida pedimos indicação de um restaurante para almoçarmos. O self-service fica na mesma calçada do hotel, em frente à praça. É um bom lugar para comer, achei a comida ótima e o preço camarada. A minha vontade era ficar em Andradas mas o Pedro queria seguir em frente após o almoço. Para não perder a compania resolvi seguir também.


Fotos


Saída de Águas da Prata

Pedro, o super atleta

Trator arrumando a estrada

Acesso para a rampa de vôo livre, Pico do Gavião

Porteira e placa indicando animais na estrada

Uma parada para refrescar

A água desse riacho é cristalina

Não entendi do que se trata essa placa

Pousada Pico do Gavião

Pousada Pico do Gavião II

Pela primeira vez  deu pra avistar Andradas

Descidão maneiro

Já estamos em território mineiro

Andradas cada vez mais perto

Antenas de rádio no alto do morro

Hotel Andradas Palace

Restaurante onde almoçamos



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