Caminho da Fé: Águas da Prata

Portal em homenagem ao Caminho da Fé

O Caminho da Fé nasceu em Águas da Prata. De acordo com o site oficial a ideia surgiu após um dos organizadores ter percorrido o Caminho de Santiago de Compostela na Espanha. Inspirados pela rota milenar européia Almiro Grings, Clóvis Tavares de Lima e Iracema Tamashiro resolveram criar a versão brasileira. O caminho foi inaugurado em 2003 e no ano que vem completará 10 anos de existência. Na cidade existe uma sede que dá suporte aos peregrinos. Funciona como ponto de apoio, pousada e administração do CF. Logo que cheguei fui muito bem recebido pela Dona Tina e pela Ariane. A primeira cuida da zeladoria do imóvel e recepção dos peregrinos enquanto que a segunda cuida da parte administrativa.

Em poucos minutos de conversa já fui me sentindo em casa. A Dona Tina adora conversar e fui logo contando as aventuras de São Carlos até ali. Enquanto conversava aproveitei para limpar e lubrificar a bicicleta. O câmbio estava um pouco desregulado e as marchas entravam com certa dificuldade. Uma regulagem simples resolveria o problema. Fui orientado a despachar um pouco de bagagem, pois a partir dali o peso iria fazer muita diferença. Eu estava cansado e com fome e extremamente ansioso para conhecer aquela cidade agradável. Com a máquina fotográfica em punho saí para desbravar Águas da Prata. Primeiro um passeio pela igreja matriz, a dois quarteirões da sede. Depois fui em direção à estação de trem, passando pela rodoviária e por um jardim onde tinha uma bela fonte de água mineral. Eu fiquei admirado pela limpeza e organização da cidade. Para não perder o costume procurei uma lan house para atualizar o relato no livro de visitas. Para minha surpresa a net funcionava dentro de uma casa lotérica, aproveitei e fiz um joguinho da loteria esportiva. Tudo resolvido, voltei em direção à casa dos peregrinos.

A essa altura já eram 17:00 h e eu não havia almoçado ainda. Perguntei para Ariane sobre um lugar para almoçar, ela me indicou uma churrascaria chamada Apaloosas. O bom é que eles tem um serviço de transporte que busca e traz de volta os peregrinos até a sede. Liguei e fiquei esperando o pessoal vir buscar. Naquele momento a sede estava cheia, muitas pessoas entrando e saindo. Se não me engano estava ocorrendo uma reunião entre a diretoria e alguns representantes das prefeituras que abrangem o CF. Foi nesse momento que conheci o Sr. Clóvis, um dos organizadores. Conversamos rapidamente no hall de entrada e logo ele entrou para a reunião. Quando a van da churrascaria estava quase pra chegar conheci um peregrino que acabara de chegar. Fiz questão de convidá-lo para almoçar comigo, àquela altura já era hora da janta, e fiquei satisfeito por ele ter aceitado. Tratava-se do Pedro, um peregrino de Brasília de 59 anos. Ele estava fazendo o caminho pela segunda vez, e agora vinha de bicicleta. Da outra vez ele fez a pé na compania de uma amiga de trabalho.

Quando a van chegou em menos de 10 minutos já estávamos na churrascaria. Foi uma indicação certeira da Ariane. Um lugar amplo, um buffet frio com muitas opções e o preço camarada. Apenas $ 23,00 o rodízio completo. Quem optasse por meio rodízio pagava $ 17,00 e quem quisesse apenas o buffet de saladas com direito a uma porção de carne desembolsava $ 13,00. Quem estiver em Águas da Prata pode ir que vale muito a pena. Eu sou mais fã de salada, queijos, azeitonas, palmito, cogumelos do que propriamente da carne. Repeti três vezes a salada acompanhada por fatias de picanha e mais nada. Pedi uma cerveja e o Pedro me acompanhou. Depois de duas horas de comilança solicitamos a van e fomos embora. Quando chegamos na sede já passava das 20:00 horas e não havia mais ninguém. Eu estava motivado para seguir a viagem, era a primeira vez que teria compania no Caminho da Fé. Acordamos bem cedo no dia seguinte, tomamos café, nos despedimos de Dona Tina e seguimos viagem rumo à Andradas.

Fotos